Egresso em destaque - Amanda Bernardi
Você poderia nos contar a sua trajetória no PPGPVBA?
Sou Biotecnologista formada pela UNIFAL – Universidade Federal de Alfenas, que antigamente era conhecida como EFOA – Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas. Como o próprio nome antigo já diz, o forte da universidade era na área de saúde, por isso durante a graduação tive menos oportunidades de interação com a área agrícola do que gostaria, considerando que essa era minha principal área de interesse. Por conta disso, procurei o meu único professor agrônomo para fazer iniciação científica, onde conheci o fantástico mundo dos microrganismos, trabalhando com endofíticos. No final da graduação, tive a oportunidade de estagiar em uma multinacional do agronegócio, onde finalmente consegui ter um contato mais próximo com a área e foi quando eu tive certeza que gostaria de seguir esse caminho.
Nessa época de incertezas, eu encontrei no PPGPVBA uma ótima oportunidade de me especializar na área agrícola sem me afastar da biotecnologia que era a verdadeira essência da minha paixão. Ingressei no programa no início de 2015 e confesso que conhecia pouco sobre as linhas de pesquisa do programa, então estudei para indicar os orientadores que eu tinha interesse, porém quando fui aprovada no processo seletivo, ainda não tinha definido o orientador e muito menos a linha de pesquisa. Eu já conhecia o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em Cordeirópolis-SP, mas não fazia ideia que eles tinham um centro avançado na região quando eu recebi o convite do Prof. Dr. Marco Aurélio Takita para ser sua orientada, uma das surpresas mais felizes do meu mestrado! No IAC aprendi muito sobre a cultura do citros (que sou fascinada até hoje) e junto com o Takita desvendamos o que até então era uma metodologia super nova – a edição de genomas via CRISPR-CAS9. No início foi bem difícil pois por se tratar de algo muito novo, a bibliografia e o conhecimento ainda eram restritos, porém no decorrer do tempo, cada descoberta era bastante celebrada tanto nas apresentações no próprio IAC quanto em outros eventos externos. A minha linha de pesquisa basicamente estabeleceu os princípios básicos para uso da metodologia em citros, e hoje é utilizada para os diversos estudos aplicados que ainda usam essa técnica no mesmo laboratório. Durante o mestrado participei de 2 congressos de genética (o maior na minha área de atuação) e participei na organização do II Simpósio de Produção Vegetal e Bioprocessos Associados do próprio PPGPVBA, em 2016.
Como foi sua trajetória após o término do Mestrado?
Em 2017, comecei a procurar oportunidades tanto para seguir em um doutorado quanto no setor privado e foi ai que me inscrevi em um evento organizado pela Monsanto chamado Pós PRIME. O programa tinha como objetivo aproximar a empresa dos pós-graduandos em áreas estratégicas e nessa edição teve como tema principal Biotecnologia e Melhoramento Genético. Já na reta final do mestrado, recebo a notícia que eu tinha sido uma das selecionadas do programa e uma semana antes da minha defesa eu estava em Uberlândia apresentando meu projeto, que foi um dos 5 finalistas, me garantindo uma mentoria com uma líder da empresa. Depois dessa experiência, defendi meu mestrado e permaneci no laboratório por alguns meses, pois ainda tinha alguns experimentos para finalizar, mas durante esse período fui fortalecendo os laços com as pessoas que conheci da empresa até que no início de 2018 recebi uma proposta de efetivação. Comecei trabalhando na área de transformação digital para Pesquisa e Desenvolvimento onde atuei por 2 anos e vivi a aquisição e transição para a Bayer. Atualmente trabalho com Stewardship, que é a gestão responsável de produtos, para todo o portfólio de Sementes e Biotecnologia do Brasil.
Quais são as principais contribuições do Programa de Mestrado para seu desenvolvimento como profissional?
Além do conhecimento técnico adquirido durante as disciplinas, o programa possibilitou interações com pessoas de diversas áreas, segmentos e perfis. Além de preencher o gap de conhecimento agrícola que eu sentia que me faltava, pude expandir minha rede de contatos e trocar experiências com diversos colegas, seja da própria sala quanto com os pesquisadores do CCA/UFSCar e IAC.
Qual seria sua mensagem ou sua dica para quem quer ingressar no Mestrado?
- Você não precisa ter certeza de tudo nesse momento, o mestrado (diferente do doutorado) é uma oportunidade de você testar e descobrir coisas que você tem interesse;
- Escolha bem seu orientador, ele será seu companheiro durante toda a jornada e terá um papel fundamental na sua jornada;
- Aproveite todas as oportunidade que o programa te oferece, seja de fazer parte de eventos, atuar como monitor, etc.